segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Charge sobre a tragédia no RS


As charges são feitas sobre os assuntos que circulam nas mídias,
sejam desportivos, culturais, políticos, escandalosos ou trágicos.
Em qualquer deles, há o desafio de se acertar o tom.
As charges são um tipo de enunciado do campo do humor gráfico,
mas não são necessariamente para rir. Muitas das charges
feitas durante a ditadura militar não era para rir,
deveriam apenas ser interessantes e combativas.
As tragédias também podem e devem ser
filmadas e delas podem ser feitas belas
reportagem, mesmo sobre o sofrimento.
O problema é que vemos a exploração do mau gosto,
do desrespeito e da falta de ética. Sempre fico puto quando
assisto pela TV um repórter perguntando a uma favelada que acabou
de perder o filho e a casa num incêndio, ainda se restabelecendo de queimaduras
na maca de um pronto-socorro: "e agora, como é que vai ser?"
A mulher pensa e só consegue deixar cair uma lágrima. Aí o intrépido
jornalista, com seu dever cumprido (conseguiu a imagem, né:), diz "Fulano de Tal
para o Jornal Tal, diretamente do Hospital Qual".



Publicada na Folha de Pernambuco em 28/01/2013 

Nenhum comentário:

Postar um comentário