terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Sport cutuca a Série B com vara curta


Pense numa força!

Faz tempo que não temos um time com a raça rubro-negra.
A equipe até mostra excelente qualidade em alguns momentos,
aí parece que a coisa vai, mas termina não indo.
Quem quer chegar em algum lugar não pode
viver de lampejos. Até prova em contrário, me parece
que o problema é mais de cuca que físico.
Tem cuca eu?

A gente se vê na B, me disseram tricolores


O Leão está rugindo baixo na Série A, tentando
a cada jogo respirar fora da degola, o que é possível
matematicamente falando, embora em campo
a equipe acabe milimetricamente nos matando.
Lamentavelmente o Santinha fechou a tampa do caixão e
permanece mesmo na Série C, estragando a boa piada
que fizeram comigo todo o ano de nos vermos na B. 

É bem provável que eu me veja mesmo na B, junto
com os demais rubro-negros, mas, infelizmente sem o
famigerado Clássico das Multidões.
Quem sabe a piada não volte no próximo ano? Mas
é bom botar as barbas, ou melhor, a língua ofídica
de molho, né não?

Lavandaria (de poupas) aguarda nossos petistas


Meses antes das eleições a imprensa, no intuito de informar ou tripudiar,
já anunciava animosidades nas hostes do PT que trariam dores de
cabeça ao Partido aqui na cidade do Recife. 
O pão caiu com o lado da manteiga virado para baixo nas prévias, com
a intromissão ou intervenção da Executiva Nacional, ignorando o que
se passava por baixo das pontes capibaribenses.
A candidatura com a melhor chapa do Brasil rolou ladeira abaixo,
findando o vexame em terceiro lugar, com votação de partido pequeno.
Da contagem de votos até agora se pergunta pela tal
lavagem de roupa suja, para que os companheiros petistas evitem
tanta patralhada, perdão, trapalhada nas próximas.

Essa foi antes de Sport x São Paulo: fumo!


Não há muito o que comentar, a não ser repetir o mesmo
sermão de outras jornadas esportivas quando falhas individuais
ou de postura coletiva nos levaram ao fracasso - inclusive
em jogos aparentemente "ganhos". 
Fizemos 1x0 naquele sábado, 27 de outubro, mas
terminamos com um sonoro 4x2. Digo assim pois os paulistas
fizeram todo o segundo tempo em ritmo de treino, enquanto ao
meu não tão valoroso Sport, sobrava a decantada falta
de atitude. Essa coisa eu sempre tive nas peladas,
sem ganhar um tostão furado, pelo contrário, rachava o aluguel
do campo. Hoje, esses marmanjos meso-ricos precisam de
treinadores motivadores e até de psicólogos para terem
vontade de ralar a bunda na grama para evitar um
gol, ou colocar a cabeça na ponta de uma chuteira
para fazer um. Peladeiro bom faz isso.
E quem é malandro faz melhor, sem arriscar
a pele. É foda. Mas ainda vejo
jogos e torço.

A república dos automóveis


Pense numa confusão! Desde que nos tempos de Juscelino e dos militares no poder, o "Brasil" optou pela malha rodoviária, sucateando a ferroviária.
Entramos na ditadura econômica do automóvel, com interferência, em cascata, de qualquer medida restritiva ou de incentivo que se crie no setor. Os danos ou ganhos vão desde a indústria automotiva, passando pelas redes concessionárias e de auto-peças, encantando o consumidor, e resvalando para oficinas chiques, de pé-de-escada e até de borracheiros. Sem falar das empreiteiras que faturam alto fazendo asfalto "sonrisal", que não pode ver uma chuva. E tornam a asfaltar ad infinitum, quem sabe com uma comissãozinha para gestores ou assessores de burgos e Estados.
O Governo Dilma, pós-Lula, não sabe desvencilhar-se desse nó, se é que tenta. Estamos reféns do automóvel até que um louco - desses que resolvem paradas federais - mude o paradigma e... Espero que não tenhamos que esperar o tempo dos Jetsons (quem é novinho/a procure no google - era um desenho futurista. Pronto, falei.):


  (A charge no topo foi publicada em 26/10/2012 e o desenho dos Jetsons, pirateada - ops - capturada do google em 30/10/2012)

Mobilidade à vista!


A nação vive de prorrogação do IPI,
eita campeonato automotivo que não acaba nunca!
É desconto, é crédito fácil, é compra pra quem não tinha
e troca pra quem já possuía (é assim que alguns se relacionam
com o carro mesmo)... E as ruas enchendo, enchendo, enchendo
o nosso saquinho em cada dia que não dão
hoje, amanhã e sempre. Amém.



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Mensalão é ficção para José


Anos atrás, quando Roberto Jefferson fez a denúncia, pelo histórico e pelo próprio teor acusatório, via em Jefferson uma figura inidônea, sem credibilidade para sustentar algo tão grave: a compra sistemática de parlamentares.
Porém, como a acusação do Deputado além de atingir dirigentes do PT, feria a si próprio - se é que ele se importava com isso -, vi, ali uma luz que pudesse expressar fatos realmente ocorridos ou vigentes.
Então fiquei assim, vendo as reportagens e entrevistas dos atores - contra e pró - como quem chega numa partida de tênis já iniciada e não tem noção de quem perde ou ganha.
Até que num fatídico dia alguns envolvidos passaram a admitir, considerar ou confessar que tudo aquilo não passou da prática de Caixa 2, tão comum nas campanhas políticas Brasil a dentro. Ih, fedeu! Pensei logo.
Daí em diante, para mim, aqueles mais de 100 milhões que circularam de Bancos para mãos de parlamentares, como o deputado Pedro Correa, carecia de uma simples demonstração: ou se comprova de forma pelo menos razoável que aquela dinheirama foi usada para sanar dívidas de campanha, o que seria um tipo de crime; ou a coisa desaguaria no que apelidou-se de mensalão, uma mesada gorda para parlamentares escrotos. Ah, sim, ofertada por escrotos idem.
Enfim, ou era um crime confesso pelos acusados ou era uma outra tipificação de crime - agora confirmado pela maioria dos juízes do Supremo.
Jus esperniandi (falso latim)Acho massa esse termo. Pelo menos no juridiquês, explica o que o ex-ministro José Dirceu anda fazendo, antes mesmo de saber se seria condenado, após saber de sua condenação, e após aguardar como será apenado. Pelos anos que estão atribuindo a Marcus Valério, talvez o chefe da quadrilha, segundo o STF, voltará a ver o sol quadrado, o que já fizera por atos, digamos, heróicos, para salvar a Pátria.
Penso que ele(s) agora errou no método, errou no modus operandi. Em meu ponto-de-vista, as condutas de outrora, que atentariam contra a ética, estariam balizadas por uma boa razão, num contexto que todos conhecemos.
Agora não, custa-me a concordar com todos aqueles adjetivos bizarros mas precisos pronunciados pelo ministro Celso de Mello "motivado por práticas criminosas perpetradas à sombra do poder" (sic). Aliás, tenho alguma antipatia gratuita pero no mucho desse ministro. Mas, fazer o quê?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Formação de Quadrilha ou...


Pela formação discursiva dos juízes, mais ou menos, já sabíamos antecipadamente
como votaria e até sua verve retórica. 

Pelo que há nos autos, dá pra condenar ou livrar, já que não se trata de prova material.

Pela formação discursiva de José Dirceu, negará a culpa se for inocente, é claro,
e negará peremptoriamente, caso seja mesmo o orquestrador da
distribuição da dinheirama. 

Eu até livraria José Dirceu, mas, que nome caberia como chefe da proeza,
que não o dele? Pense num segredo! Mas será que num País desses
algo assim ficaria mesmo por baixo do tapete? 

Seria divertidíssimo que achassem o verdadeiro mentor intelectual da
trama ou tramoia, já que eles confessaram que tudo se
tratava de crime de Caixa 2.
E esse, com certeza, não foi Geraldo que fez. Pelo
menos os autos do processo não apontam
nessa direção... Kkkk. 


domingo, 21 de outubro de 2012

Sport vai operando parte do milagre



Pois é, coloquei logo as duas charges juntas, a que saiu
no domingo e a que sai nesta segunda, 22 de outubro.
Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
Mas não é impossível, está dentro da casa dos milagres,
mas ano passado houve um e, por coincidência,
quem pagou o pato foi um time bahiano, o Vitória.
Agora estamos no encalço do Bahia, mas temos duas
pedreiras pela frente: São Paulo e Fluminense. Mas o Bahia
também não terá vida fácil. Vamos cruzar
os dedos. O Náutico é o inverso, só cai
por um milagre daqueles de arrepiar. E o Santa,
pulou uma fogueira sábado, mesmo
perto do Natal. Vamos ver quem
sofre mais.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Fim de novela, Carminha matou Max. Mas ainda não se sabe o culpado no PT...


Vi Av. Brasil. Vi os imbróglios da gestação da candidatura do PT à continuidade
na Prefeitura do Recife. Já sabia que ia dar merda. É só consultar os arquivos
da Folha de Pernambuco, ou cleristonchargista.blogspot pra ver além
das charges que já estão neste blog exclusivo, outros textos analíticos.
Não tenho bola de cristal, óbvio, mas meu sentimento também óbvio,
olhando as cenas e o cenário, não daria em outra coisa:
Geraldo Julio.
Fiz análise semelhante para Dilma, quando ela aparecia
 com poucos pontos nas pesquisas, e deu a gestora na cabeça.
Serra não acreditava no que dizia, inventou um tal de "Zé", achando que seria o
substituto natural de um Lula, assim do povão. Ledo engano.
Humberto também inventou um diferente de si próprio.
O povo não engoliu a troca de um senador altivo por um candidato sem brilho,
sombra de João Paulo e clamante pelo apoio e presença de Lula e Dilma.
No final da campanha, quanto tudo já estava perdido, vimos
um Humberto Costa sem o olhar desconfiado do início,
com um ethos apresentado mais firme e assertivo,
na tentativa de, pelo menos, ir ao segundo turno. Não deu.
Pela mídia, Humberto dá a entender que a culpa é do prefeito João da Costa.
Eu acho que João Paulo acha que a culpa é do partido
não ter feito dele o cabeça de chapa. Já João da Costa não tem dúvidas de que a culpa
é de João Paulo, que queria dar as cartas em sua gestão na PCR, além
da escolha equivocada da instância nacional do partido.
Ele ficou triste pela derrota do PT, mas de alma lavada por ter dado tudo errado.
Isso confirmaria que sua luta fazia sentido, que com ele dava pé.
Jamais saberemos isso. Mas, quem
matou o Max foi a Carminha, né?

O PT vai, fica, ou dá ré no Recife?


A política nunca pára de surpreender, quem pensa que
chargista é um cara criativo, não convive com parlamentares.
Vejam só o PT, aqui na terrinha:
1. Os companheiros que têm cargos no governo do Estado não querem sair, 
dizem que "a parceria continua";
2. Os que perderam a eleição municipal dizem que o Governador foi quem "rompeu com o PT, lançando candidato próprio, portanto o caminho natural é a oposição;
3. Mas eis que surgem os criativos: dizem que serão "independentes" na Câmara... Que categoria é essa? Ah, eles dizem que não serão alinhados, nem opositores. Dizem que terão uma atuação propositiva.

Mas não é para isso mesmo que servem os vereadores, para atuarem propositivamente, em favor do que melhora a vida da cidade, e contra o que seria prejudicial? 

Caso o Governador ou o Prefeito defenda vinte viadutos na Agamenon, as bancadas governistas não têm o dever ou a obrigação de concordar com tal estapafúrdia. Do mesmo modo, a bancada de oposição não tem que votar contra qualquer ação que alivie o caos do trânsito na cidade. 

É estúpido ser "do contra" ou "a favor" de modo contumaz ao poder executivo. É para isso que votamos em representantes para as casas legislativas.  

O pior é que tais posturas fazem sentido, e o PT sabe bem disso, pois já foram opositores do governo FHC e, na época não eram nada propositivos, eram simplesmente do contra, eram do "Fora FHC".

O troco disso ainda está vigente no País, com uma turma que quer pegar Lula a torto e a direito. Até agora tentaram enquadrá-lo como o chefe-mais-do-que-mor-do-mensalão, mas não conseguiram.
Aliás, Lula tem dito que a eleição de Dilma e sua saída da presidência com mais de 80% de aprovação é uma prova de que ele já foi julgado pelo povo e absolvido. 

Menas, Lula, menas!

Entendi. O poder supremo não é do Supremo, chefiado pelo ministro Barbosa, mas sim do povo, de quem emana a democracia. Acho que aprendi isso - o poder emana do povo - no ginásio...
Mas era tudo mentirinha. Na época, o poder emanava de outros três poderes: exército, marinha e aeronáutica. Eita, entrei pela perna de pato e saí pela perna de pinto. É assim que é bom, né?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Transição na PCR é assim


É uma transição com muita paz política.
Afinal ambos são do mesmo partido, quer dizer,
do partido dos técnicos-gestores-com-alguma-militância.
João da Costa, o preterido, passa o bastão para
Geraldo Julio, o escolhido pelo... Povo,
é claro. Eu mesmo sou um pouco povo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Educação enfim vai tirar dez


Dez por cento para educação em dez anosssssss...
Se é pra investir mais, antes tarde do que nunca.
Quando investirmos o dobro, teremos um País muito mais bacana. 

É dos gestores que eles gostam mais...



Quem diria, hein, dois prefeitos seguidos de perfil nitidamente técnico. 
Quem diria uma ova, temos a presidenta Dilma, que Lula defendia
como grande gestora. Depois cuspiu no prato em que comeu
ao ironizar esse predicado de Geraldo Julio, PSB,
vencedor na cidade do Recife.

(charge de 16/10.2012)

Sport x Atlético






Confesso que apelei.
Apelar é humano. O juiz do jogo foi muito humano,
pois errar também o é. Achei pior a questão dos critérios
para distribuir cartões amarelos. Pelo menos um do
Atlético teria sido expulso e aí, quem sabe...
Mas gostei do Sport, mesmo com
o resultado ruim.
Quem sabe a charge dá certo?
Existe maluco no mundo pra tudo, né,
até chargista (kkk).

(dia 14, fiz após o jogo)

 


Sinceramente, acho a corrupção passiva ou ativa
uma das piores pragas da sociedade.
O corruptor é um sempre um covarde que
se aproveita de sua situação de poder
(cargo, dinheiro, força, posição hierárquica)
para obter vantagens sexuais, econômicas ou políticas.
O corrompido é outra merda boiante, a mercê
de alguém que lhe dê descarga.
Fui beber que hoje é feriado.

(em 12 de outubro, dia da criança)

Fora Dubeux uma ova




Não concordo com o "Fora Dubeux".
Nem concordei com o "Fora Mazola".
Também não dá pra dizer "Fora elenco do Sport".
Não dá pra dizer "Fora" pro treinador
que acabou de chegar. 
Quem não queria Hugo, Henrique, Felipe Azevedo,
Cicinho e os demais zagueiros, atacantes e 
meio-campistas que têm bom currículo? 
- Ah, mas ele demorou a contratar!
É verdade, mas antes tarde do que nunca.
O que se deve cobrar é trabalho, dedicação e solidariedade.
Agora, se a bola não entra, paciência. A gente desce.
Quando ela entrar, a gente sobe.
Agora, uma coisa eu não entendo: porque esse mesmo
time/elenco do Sport faz um tempo memorável e
outro deplorável? Isso precisa de uma explicação.
Ou do psicólogo, ou dos fisiólogos,
ou do sobrenatural.
Por último, só jogo a toalha quando não
houver mais chances maremáticas.
Tomara que os atletas pensem assim,
como todo rubro-negro da gema.

(Charge publicada na Folha de Pernambuco em 12/10/2012)

Eduardo Campos e a pergunta que não quer calar




Dudu já não aguenta mais. Não que ele ache necessariamente ruim. É que o cara vai em dez rádios e o mote não muda... Pior é que esse samba de uma nota só vai até... 2014. Hoje vi vários coleguinhas do Sul, como a CBN em rede nacional. E tem o Noblat, e tem o Claudio Humberto e tem... A turma toda. 
Mas como todos sabem, Dudu tá mais vivo que nunca: enquanto diz que o momento é para discutir isso e aquilo, só manda temas cuja preocupação é exatamente a de quem está de olho em 2014.
Quer dizer, nega a frase, mas castiga no discurso de estadista.
Ah, eu não gostei desse desenho. Mas hoje não havia jeito de sair bom. Então soltei esse. Fui.

José Dirceu acusado de corrupção ativa, uma carta(da)




(...) Na madrugada de 1º dezembro de 2005, a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente me concedeu.
A partir de então, em ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo, fui transformado em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha.
Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.
Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.
Lutei pela democracia e fiz dela minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.
Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver." (Carta de Zé Dirceu, trecho que capturei do blog do Noblat) 

Não há dúvidas que se trata de um julgamento político. E qual seria? É claro que nos autos do processo não há nem haverá prova material contra os Josés (Dirceu e Genoino). Eu diria o seguinte: ambos podem ser inocentes. Então eles, como bons companheiros, não deduram quem foi que dirigiu Delúbio Soares, o tesoureiro.

Penso que os juízes do supremo preferem dormir e morrer com a possibilidade de terem cometido uma (ou duas) injustiça, do que serem reconhecidos como burros - aqueles que não souberam juntar lé com cré. Desse modo, fica assim: ou acertam na mosca, ou armam um grande cenário do presumível.

É, Zé Dirceu, provavelmente, do não provável do que é provável. Ninguém vê outro protagonista, algo maior que você naquela conjuntura orquestrada. Por você mesmo, ou pelos adversários. Mas que a sinfonia tocou, tocou.

(postado originalmente em 10 de outubro 2012)

Ibope ganha do Datafolha, é minha análise




Pois é, acabei de saber das pesquisas de véspera do Datafolha e do Ibope.
Os números do Ibope batem com minha observação do cenário (que cheque, hein?) que desde quinta-feira defende que Geraldo Júlio ganha no primeiro turno com votos válidos entre 52% e 56%.

O Datafolha deu 46% dos válidos, enquanto que o Ibope dá 54%.
(Noblat atribuiu ao Ibope os dados do Datafolha. Errar é uma, mano.)

Não vejo na cidade uma infraestrutura (vereadores, militantes) nem esforço de comunicação que justifique Daniel com 26%.

Quanto a Humberto, os números surpreendem, pelo menos abaixo de 20%. Porém não encontrei ninguém que me dissesse "vou votar em Humberto". Perguntei a taxistas, familiares, colegas de trabalho, e hoje pela manhã a um porteiro do edifício onde morei faz um ano. Ouvi gente desanimada, sem vontade de votar em qualquer deles. Quem declara, diz Geraldo e uma minoria, diz Daniel, mas sem firmeza, quando pergunto "porque".

Quem quiser, pode responder este post, domingo à noite, dizendo assim: queimasse a língua (as letras) direitinho, hein?; ou, vê se acerta a pontaria na próxima; ou, teu radar está fraco de análise.

Reafirmo, quanto mais Geraldo se afastar dos 50% para cima, confirma minha análise (pra mim é mais isso do que chute).

Claro, se o resultado for diferente, verei os fatores que levaram a isso e aprender com eles, isto é, com o sentimento do povo, i.é, das pessoas.

Amém.

(A charge acima é publicada na Folha de Pernambuco em 07/10/2012, dia da eleição, embora eu tenha feito ela na sexta à noite e o jornal tenha circulado no sábado seis. Ah, ah, ah.

(PS: Daniel obteve 27,65%,mais que os 26% de que duvidei, porém, Geraldo, como antecipei (kkk) obteve 51,15% dos votos válidos. Yes! Ah, Humberto ficou com 17,43%, embora seus assessores jurídicos tenham reclamado de alguns institutos que lhe atribuiam 16%)



É bronca.
Mas não é surpresa.
Após tantos homens passivos
quanto à posições corruptas,
peremptoriamente viriam
os ativos.
Não sei quais deles são os danadinhos,
se quem dá, ou quem recebe.
Já ouvi em algumas rodas
chamarem os que põem a mão no do alheio de...
Traquinas: fulano faz traquinagem.
Traquinagem dá cadeia?
Talvez seja um eufemismo
cooperativista: os amigos
roubam mas não precisarão de
visitas íntimas.

(Charge da Folha de Pernambuco de 04/10/2012) 

Humberto e a estratégia da compesa




Vale tudo é outra modalidade de esporte. Este, da charge da Folha de Pernambuco de amanhã, 27/09/2012, é levantamento de peso, na categoria arranque. Vi isso nas Olimpíadas recentes.
Ah, a Frente Popular também tá na estratégia chamada polidamente de "contrapropaganda", com inserções sobre as notas frias de Daniel na Câmara. Em eleição, é assim: pontuou, é pra se molhar.
PALAVRAS CHAVE: Baixaria, privatização, concessão, acerto contábil, eleição etc

(PS: Esta charge tem como tema a acusação pelo PT, no Guia Eleitoral, de que o Governo do Estado, com o apoio do candidato Geraldo Julio, irá "privatizar a Compesa", acarretando o aumento nas taxas de conta da água)

O PT e a escova de dentes




Nessa altura do campeonato, ir ao segundo turno já seria uma vitória para Humberto Costa, pelo menos política. Ser o prefeito, então, nem se fala. 

Para Daniel, bastava ser superior aos índices de outras eleições conferidos a Cadoca ou Raul Henry, já sairia vitorioso. Estar ou ir ao segundo turno é um fenômeno eleitoral, embora repita a boa performance do pai, João Coelho, que na época assustara Jarbas. 

Caso Humberto não vá ao segundo turno, há uma vantagem pessoal para ele: "ele não seria o problema", e sim um conjunto de avaliações e crenças equivocadas. Teria afundado com "a melhor chapa da história (algo assim)", segundo Lula, ou seja, nem a presença, atuação na campanha e futuramente no Palácio Capibaribe, do ex-prefeito João Paulo, teve força para seduzir boa parte da cidade. 

Culpar alguém ou algo isoladamente, não dá. É como fim de casamento. A pessoa não entende porque "acha antipático até o jeito do outro escovar os dentes". Parece que é assim, que o povo, ou melhor, muitas pessoas olha assim para o PT e seu entorno. 

Mas nada como um dia após o outro, e em política, o que era improvável ontem... Pode ser amanhã, a vez do PT beber água novamente.

(Charge publicada hoje - 26/09/2012 - na Folha de Pernambuco

Jogo de cartas em junho, Humberto pagou pra ver



Esta charge foi publicada na Folha de Pernambuco em 06 de junho deste ano.
Tema: o governador com a faca e o queijo para agir na sucessão à prefeitura do Recife.
Cenografia: Mesa de carteado.
Protagonistas:
Senador Humberto Costa: ele desafia o governador a tomar uma atitude. Sua carta é uma estrela rachada.
Governador Eduardo Campos: pensando na jogada. Suas fichas são os partidos da Frente Popular. Suas cartas são os quatro secretários, e a escolhida para jogar foi Geraldo Julio.
O resto vocês já sabem, pois tudo aconteceu em seguida. Como nesse jogo Humberto não passou (jogou as cartas fora), sabemos que ele pagou para ver. E não está vendo estrelas, está vendo um animal. Parece que é um coelho.

(Postada originalmente em 25 setembro 2012)

Pesquisa JC/IPNM - análise de dados



                                                  

Êita, saiu outra pesquisa, e o que ela nos diz?- Que a curva ascendente de Geraldo estacionou em 38%;- Que Humberto caiu mais do que um pessimista preveria - 16%;
- Que Daniel ruma que nem um coelho para o segundo turno, com 22%;
- Que Mendonça não tem mais para onde cair, talvez recupere algo, com 6%.
                   
Obviedades:1. Humberto não vai ao segundo turno, a não ser que aconteça algo inusitado (a meu ver não seria uma presença de Lula no palanque, o que serviria, no máximo, para animar a militância). Não me pergunte, por ser "inusitado" não tenho a menor ideia do que seria. Digamos: João da Costa fazer as pazes com João Paulo, Humberto, Dilson Peixoto etc, e o povo do recife reconhecer que sua administração é muito boa e que o PT continuará a mudança (sic).
2. Mendonça não sintetizou o sentimento oposicionista e de mudança.
3. Daniel empolgou com seu discurso contra os poderosos, emplacou uma figura quixotesca que caiu na simpatia de um eleitor não muito exigente, ou melhor, que deseja protestar contra tudo o que está aí (leia-se os governos municipal, estadual e federal).
4. Geraldo chegou ao último andar do prédio. O da prefeitura, no primeiro turno, está mais acima.

(Postado, originalmente em 23 setembro de 2012)

Para um novo recife, uma nova cultura de cidade


 
Nunca entendi o que os candidatos querem dizer com "mais educação".
Nunca acreditei que todos os candidatos ouvem mesmo "as pessoas".
Sempre acreditei ou soube que os  candidatos ouvem algumas pessoas, nem sempre as adequadas.
Há promessas que, se fizermos as contas, mesmo com competência não dá pra terminar em quatro anos.
Também não acredito em candidatos sem compromissos, que só tem discurso.


(Publicado, originalmente, em 21 setembro de 2012)

Processo(s) criativo(s) na charge





E assim caminha a humanidade democrática...



Ops! Vou logo dizendo viva a democracia!, para evitar interpretações apressadas.

Processo criativo 
É comum, em entrevistas com artistas (cartunistas também o são, e os chargistas, além disso são jornalistas),  perguntas sobre "processo criativo", como se houvesse uma fórmula. Claro que há o tal processo, mas os caminhos são esquivos, ilógicos, uma mistura de consciência e caixa preta - o eu (bem) interior. No mais, são pequenos truques ou esquemas que mais ou menos funcionam, mas não garantem nada. Ou melhor, não assegura um efeito humorístico.

No caso acima, juntamos algumas estratégias: sequenciação com reversão da expectativa através de acréscimo. Aristóteles já associara o humor à surpresa, diria atualizando, ao efeito surpreendente. Explico o método, analisando segundo elementos de uma teoria da enunciação formulada em minha tese de doutorado, fundamentada no pensamento filosófico de Bakhtin e de postulados da Análise do Discurso.


  1. Horizonte Social Imediato: eleições municipais;
  2. Cena englobante: campanha política;
  3. Cenografia: o leitor reconhece (cena validada) o desenho que simboliza a evolução humana justaposta a um cartazete de propaganda (política, devido à inscrição "vote");
  4. Tema: Resultado (satírico) do homem contemporâneo - tema subliminar, a poluição da cidade com propaganda eleitoral;
  5. Protagonistas: a espécia humana e um candidato representado em uma gravura;
  6. Intertextualidade: (evocação da) teoria da evolução;
  7. Interdiscursividade: retomada do discurso da evolução humana;
  8. Intradiscursividade: modo de operação circunscrito ao campo do humor que busca um efeito surpreendente;
  9. Intervenção surpreendente: o acréscimo de um "novo" e derradeiro elemento quebrando a sequência conhecida de corpos evolutivos humanos por um último "corpo" aplicado a um cartaz;
  10. Efeito de humor: obtido pela sátira da evolução humana, que culminaria num "candidato" a cargo eletivo.
Há mais dez fatores que complementam um processo enunciativo, mas desnecessários demonstrá-los aqui.

Mas há um porém: o que norteou a criação da charge foi um fator enunciativo aparentemente secundário: o formato da superfície discursiva: o editor de primeira página me ligou dizendo que, em lugar dos 7,3cm de altura costumeiros, a charge teria apenas 4,6cm de altura. Paulinho disse assim: "faz um outdoor" (risos).

Ou seja, fiquei pensando em imagens possíveis para tal "espichamento horizontal"... Pensei numa sequência óbvia, de dois sujeitos, ou de um mesmo personagem cuja ação se daria em três momentos, enfim, eu nem pensava no conteúdo em si, mas sim numa formulação plástica... Até que emergiu da memória discursiva a iconização - compartilhada por todos nós - da evolução humana desde aquele pliopithecus, nosso primeiro (sic) ancestral, aquele macaquinho pequenino. 

Uma vez posta na página a figura, bastava construir um desfecho cômico: o que poderia ser dito, suprimido, substituído ou acrescentado à tal cena que... Que... Ah, um cavalete! Um cavalete inscrito "vote" com a cara do "próximo homem" na escala evolutiva, ou seja, após o "modern homo sapiens" da figura, viria o "contemporaneous homo eleitoralis", obviamente um neologismo divertido. 

Resumo do ato criativo: contexto + formato + situação de enunciação.

Clériston (até o próximo post!)

 


Cada um se ocupa do que lhe apraz, rapaz. 
Os antigos diziam que mente desocupada é oficina do diabo.
Não é o caso. Os marqueteiros andam bastante ocupados
em detonar um adversário, já que não conseguem
levantar o seu contratante.

João da Costa entrega o ouro




Ouvi, no final da entrevista do prefeito João da Costa, essa pérola. Os entrevistadores da CBN não fizeram qualquer comentário! Como assim, o prefeito entregou o ouro que eles tanto queriam: quem está disparado em primeiro lugar nas pesquisas? E vem o João que não é mais do Paulo e diz que o prefeito será conhecido em 7 de outubro! Ora, a quem ele se referia? A Mendonça? Foi o jeito dele dizer, sem ter dito, a quem apoia de fato e os intrépidos jornalistas passaram batidos. O prefeito geraldou e neguinho comeu mosca.
(Charge da Folha de Pernambuco de 14/09/2012)



"Ele chegou", diz o refrão da música de Daniel, que no momento casa com sua ascensão e aproximação ao segundo colocado nas pesquisas, o candidato do PT Humberto costa, que cai ponto a ponto em todas as pesquisas de intenção de voto.
A primeira charge, foi publicada na Folha de Pernambuco em 8 de setembro, em alusão à participação dos candidatos na orla da praia de Boa Viagem. Foi inspirada numa foto em que o candidato Geraldo Julio empinava uma pipa amarela. Daí veio a ideia de mostrar as pipas nos céu, dialogando com os gráficos de pesquisa publicado nas primeiras páginas dos jornais.
A charge seguinte também alude às últimas pesquisas, mas tem como foco o "bafo do candidato do PSDB no cangote do representante do PT".