quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Mensalão é ficção para José


Anos atrás, quando Roberto Jefferson fez a denúncia, pelo histórico e pelo próprio teor acusatório, via em Jefferson uma figura inidônea, sem credibilidade para sustentar algo tão grave: a compra sistemática de parlamentares.
Porém, como a acusação do Deputado além de atingir dirigentes do PT, feria a si próprio - se é que ele se importava com isso -, vi, ali uma luz que pudesse expressar fatos realmente ocorridos ou vigentes.
Então fiquei assim, vendo as reportagens e entrevistas dos atores - contra e pró - como quem chega numa partida de tênis já iniciada e não tem noção de quem perde ou ganha.
Até que num fatídico dia alguns envolvidos passaram a admitir, considerar ou confessar que tudo aquilo não passou da prática de Caixa 2, tão comum nas campanhas políticas Brasil a dentro. Ih, fedeu! Pensei logo.
Daí em diante, para mim, aqueles mais de 100 milhões que circularam de Bancos para mãos de parlamentares, como o deputado Pedro Correa, carecia de uma simples demonstração: ou se comprova de forma pelo menos razoável que aquela dinheirama foi usada para sanar dívidas de campanha, o que seria um tipo de crime; ou a coisa desaguaria no que apelidou-se de mensalão, uma mesada gorda para parlamentares escrotos. Ah, sim, ofertada por escrotos idem.
Enfim, ou era um crime confesso pelos acusados ou era uma outra tipificação de crime - agora confirmado pela maioria dos juízes do Supremo.
Jus esperniandi (falso latim)Acho massa esse termo. Pelo menos no juridiquês, explica o que o ex-ministro José Dirceu anda fazendo, antes mesmo de saber se seria condenado, após saber de sua condenação, e após aguardar como será apenado. Pelos anos que estão atribuindo a Marcus Valério, talvez o chefe da quadrilha, segundo o STF, voltará a ver o sol quadrado, o que já fizera por atos, digamos, heróicos, para salvar a Pátria.
Penso que ele(s) agora errou no método, errou no modus operandi. Em meu ponto-de-vista, as condutas de outrora, que atentariam contra a ética, estariam balizadas por uma boa razão, num contexto que todos conhecemos.
Agora não, custa-me a concordar com todos aqueles adjetivos bizarros mas precisos pronunciados pelo ministro Celso de Mello "motivado por práticas criminosas perpetradas à sombra do poder" (sic). Aliás, tenho alguma antipatia gratuita pero no mucho desse ministro. Mas, fazer o quê?

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