quarta-feira, 17 de outubro de 2012

José Dirceu acusado de corrupção ativa, uma carta(da)




(...) Na madrugada de 1º dezembro de 2005, a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente me concedeu.
A partir de então, em ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo, fui transformado em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha.
Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.
Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.
Lutei pela democracia e fiz dela minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.
Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver." (Carta de Zé Dirceu, trecho que capturei do blog do Noblat) 

Não há dúvidas que se trata de um julgamento político. E qual seria? É claro que nos autos do processo não há nem haverá prova material contra os Josés (Dirceu e Genoino). Eu diria o seguinte: ambos podem ser inocentes. Então eles, como bons companheiros, não deduram quem foi que dirigiu Delúbio Soares, o tesoureiro.

Penso que os juízes do supremo preferem dormir e morrer com a possibilidade de terem cometido uma (ou duas) injustiça, do que serem reconhecidos como burros - aqueles que não souberam juntar lé com cré. Desse modo, fica assim: ou acertam na mosca, ou armam um grande cenário do presumível.

É, Zé Dirceu, provavelmente, do não provável do que é provável. Ninguém vê outro protagonista, algo maior que você naquela conjuntura orquestrada. Por você mesmo, ou pelos adversários. Mas que a sinfonia tocou, tocou.

(postado originalmente em 10 de outubro 2012)

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