terça-feira, 16 de outubro de 2012

São Paulo Fashion Auschwitz


Marcella já cobriu duas vezes parte do desfile da SPFW, gosta de moda e, aqui em casa, estou acostumado a ver desfiles pela TV. Comentamos, elogiamos e zombamos do que aparece.
Mas dessa vez foi diferente. Não achei a menor graça na extrema magreza de boa parte das modelos. Tá, não dá pra comparar com os abandonados do Haiti. Mas deu-me certa tristeza, é um outro tipo de miséria: uma miséria consentida, absorvida e absolvida pelo luxo, pela fama, pela celebração do belo no horror.
Caminhamos para um holocausto na passarela, com socialaites e celebridades (vale até do BBB) aplaudindo modelos tombando, esqualidas, desvalidas, feias - pen(s)ando serem bonitas.
Parece que "bibas-stylist" e "fèminin fashion designers" veem as modelos como "cabides ambulantes", quanto mais magras, porém aguentando o tranco, melhor.
Para mim tornou-se impossível ver esses desfiles, sem pensar em Auschwitz, sem leviandade, sem comparar o abismo quanto ao tipo de evento: apenas vejo um tipo de subjugamento contemporâneo - ou pós-moderno do ser humano pela cultura, ou por um braço malvado dela.
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